Automedicação por idosos
A mazela na saúde publica referente a automedicação
Livia Oliveira Pessoa
A automedicação é definida como o uso de medicamentos sem prescrição médica, na qual o próprio paciente decide qual fármaco utilizar, aconselhado quase na totalidade por pessoas não habilitadas, como amigos, familiares ou balconistas de farmácia.
Tal prática significa um problema de saúde pública, pois denota variados pontos negativos como efeitos adversos, reações alérgicas, intoxicações, interações medicamentosas e também pode retardar o diagnóstico de alguma patologia. Portanto, fazem-se necessários conhecimentos e habilidades específicas sobre farmacologia, interação e reações medicamentosas, almejando evitar problemas. Em uma pessoa idosa, a automedicação pode ser ainda mais grave, trazendo riscos à saúde em vários aspectos. O envelhecimento traz consigo acometimentos simultâneos de órgãos e tecidos, causando uma maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e degenerativas, além de alterações funcionais, acarretando modificações na farmacocinética dos medicamentos, como por exemplo, o comprometimento da função renal, essencial para depuração de fármacos, que são primariamente excretados pelos rins, o comprometimento do fluxo sanguíneo, responsável pelo transporte do fármaco até seu receptor e também da biotransformação hepática, processo responsável pela metabolização dos fármacos.
É importante destacar que, em 2001, 80 milhões de pessoas praticaram a automedicação, e cerca de 20 mil ao ano morreram em sua decorrência5 . Desse número não se sabe a porcentagem correspondente de idosos, mas é de conhecimento atual que a expectativa de vida passou de 67 para 72,57 anos, de 1991 a 2007 e que em 2025, o país será o sexto do mundo em quantitativo de pessoas na terceira idade, o que demanda cuidados especiais em relação a essa população6 . Pelo exposto, observa-se que no que concerne à medicação, o quadro geral de saúde do idoso brasileiro necessita ser alvo de melhoramentos através do cumprimento rigoroso da legislação em saúde e também da implementação de medidas eficientes de atenção farmacêutica, tanto no sistema público quanto no sistema privado, para a promoção da saúde e qualidade de vida do idoso.
É, pois, imprescindível identificar e analisar a automedicação em idosos, para que tais informações possam servir de base para ações em saúde, possibilitando o planejamento do uso racional de medicamentos, fornecendo subsídios para a maximização das condições de saúde individual e coletiva, bem como para a realização de projetos de cunho preventivo e/ ou curativo.
Consequências da automedicação
Gabriela Timbira Cruz Conceição
Na população idosa, estudos apontam a predominância do uso de medicamentos prescritos, bem como consumo de medicamentos sem prescrição de um profissional de saúde habilitado (automedicação), o que leva a potenciais riscos de interações com os medicamentos prescritos, reações adversas e intoxicações. O presente estudo teve como objetivo identificar a prevalência da automedicação, os fatores determinantes nesta prática, e os principais medicamentos consumidos sem prescrição médica em uma população de idosos.
http://revistas.cff.org.br/infarma/article/view/579
Como funciona a automedicação?
A automedicação nada mais é do que a utilização de qualquer medicação por conta própria ou indicada por pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelo usuário, sem avaliação prévia de um médico.
O ato de se automedicar, principalmente entre jovens e idosos, traz inúmeras consequências, tais como reações alérgicas, dependência e até mesmo a morte. De acordo com o médico cirurgião, Dr. Francisco Parente, o uso de medicação sem prescrição médica adequada, poderá determinar um mascaramento do quadro clínico de uma doença grave, levando o indivíduo a se acomodar e não buscar esclarecer o porquê dos frequentes sintomas e o consequente diagnóstico equivocado ou tardio, com consequências negativas para o mesmo.
Automedicação em idosos
Automedicação em idosos se torna ainda mais complexa por conta da idade avançada e o quadro de saúde em que o indivíduo se encontra. Caso ele esteja, por exemplo, fazendo uso de antibióticos, é necessário ter cuidados rigorosos.
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O Ministério da Saúde indicou, em seu site, o Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM), para que haja um monitoramento do uso adequado dos medicamentos, além de serem criadas ações à promoção do uso racional de medicamento. Segundo a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), a automedicação pode vir associada a uma série de problemas, como o uso do medicamento incorreto e a forma de ingerir (incluindo dose, horário e frequência). A ANVISA alerta ainda que ingerir um medicamento de forma incorreta pode diminuir a eficácia, deixando mais lenta a cura para tal doença.
Ao sentir qualquer sintoma, procure um médico profissional para que possa receitá-lo de acordo com a sua necessidade. Evite a automedicação.
Oficina do Idoso
A nossa Medicina Preventiva oferece diversos cursos e oficinas gratuitamente para nossos clientes. Uma delas é direcionada para pessoas a partir de 60 anos e tem como objetivo incentivar os participantes a desfrutar de uma vida mais saudável, ativa e com maior longevidade. A Oficina do Idoso é dividido em seis encontros.
https://www.unimedfortaleza.com.br/blog/cuidar-de-voce/os-perigos-da-automedicacao-em-idosos
Perigo do uso indevido de medicamentos
Maria Paula Queiroz Ramos
Na população idosa, estudos apontam a predominância do uso de medicamentos prescritos, bem como consumo de medicamentos sem prescrição de um profissional de saúde habilitado (automedicação), o que leva a potenciais riscos de interações com os medicamentos prescritos, reações adversas e intoxicações. O presente estudo teve como objetivo identificar a prevalência da automedicação, os fatores determinantes nesta prática, e os principais medicamentos consumidos sem prescrição médica em uma população de idosos. Estudo transversal, com amostra aleatória simples realizada em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família de São Luís/MA. Foram entrevistados 100 idosos (63% do sexo feminino e 37% do sexo masculino), onde 72% referiram uso contínuo de pelo menos um medicamento, desses 33% relataram consumo exclusivo de medicamentos prescritos e 67%, uso simultâneo de prescritos e não prescritos. Os medicamentos sem prescrição mais utilizados foram os analgésicos (46,15%) e os anti-inflamatórios (22,31%). As causas mais citadas para a prática de automedicação foi à dor (65,26%), seguida da febre (16,26%) e gripe (7,37%). Verificou-se que há grande prevalência da automedicação neste grupo, sendo os analgésicos os mais utilizados e a dor é o sintoma mais relatado no que concerne à automedicação. Deste modo, a atenção farmacêutica deve ser considerada uma das prioridades no atendimento aos idosos, com intuito de garantir o acesso adequado aos medicamentos e o uso racional desses.
O crescimento da população idosa
GABRIEL VICTOR DOS SANTOS CARDOSO
Em âmbito global, os países vivenciam um crescimento expressivo da população de idosos. Esse aspecto demográfico tem sido acompanhado pela larga utilização de medicamentos e pelos efeitos deletérios associados ao mau uso desses insumos. O consumo de medicamentos nesse grupo etário constitui um problema de saúde pública cuja ocorrência apresenta, como pano de fundo, o aumento da prevalência de doenças crônicas e das sequelas que acompanham o envelhecimento; a medicalização presente na formação dos profissio-nais da saúde; a falta de continuidade na assistência ao idoso; a solução rápida para os pro-blemas de saúde; o grande arsenal de medicamentos disponíveis no mercado, incluindo os isentos de prescrição e a prática da automedicação.
O termo “automedicação” é definido como a iniciativa do indivíduo ou de seu responsável de obter ou usar um produto que trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas sem a indicação de um prescritor médico. A prática da automedicação pode ser decorrente do compartilhamento dos medicamentos com familiares, vizinhos ou amigos, da utilização das sobras de medicamentos provenientes de outras prescrições, da reutilização de antigas receitas, do prolongamento do tratamento medicamentoso indicado na receita, além da aquisição do produto sem prescrição médica.
Apesar do consumo de medicamento não criterioso aparentemente apresentar mais risco ao idoso, o fenômeno da automedicação nesse grupo etário ainda é pouco explorado. Pesquisas conduzidas com idosos exibem dados diversificados no que tange à prevalência, que varia de 17,7 a 31,2% nos países desenvolvidos e de 8,9 a 80,5% naqueles em desenvol-vimento. Essas diferenças parecem estar mais relacionadas ao método (amostra, local do estudo, avaliação da automedicação, tipo de análise) do que ao evento da automedicação.
Tendo em vista que nenhum medicamento é 100% eficaz e totalmente seguro, a auto-medicação pode ser considerada uma prática potencialmente nociva à saúde e um problema associado aos medicamentos, sobretudo nos idosos. Desse modo, o uso indevido de medicação sem avaliação criteriosa do profissional habilitado pode ocasionar reações adversas, aparecimento de sintomas inespecíficos e piora da condição de saúde.
O perigo da automedicação em idosos
Raphael Loretti Resende
A população de idosos, no Brasil, vem crescendo muito rápido. Segundo a OMS, no ano de 2000, houve um aumento oito vezes maior da população brasileira de idosos relacionados ao crescimento da população jovens.
Os idosos são, provavelmente, o grupo mais exposto à polifarmacoterapia na sociedade, ou seja, o grupo que mais utilizam remédios diariamente, sejam eles prescritos ou não. Isto ocorre, porque, com o envelhecimento,aumenta a probabilidade de ocorrência de doenças crônicas; por isso as pessoas idosas, em geral, tomam mais medicamentos que os adultos jovens. A média de medicamentos utilizados, por estes indivíduos, é de dois a cinco medicamentos diários, sendo considerado um número bastante expressivo. Como o número de medicamento utilizado por eles são maiores, assim os idosos são, particularmente, mais sensíveis aos efeitos adversos, interações medicamentosas e toxicidade.
Levando isso em conta, o uso de medicamentos não prescritos,acabam sendo um perigo para idosos, pois alem de poderem fazer mal a saude, podem interferir no efeito de outros farmacos que o idoso utiliza. O principal risco da automedicação e do uso indiscriminado de medicamentos é a intoxicação. Os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam.
É importante reforçar, ainda, o risco do aumento da resistência de bactérias no uso indiscriminado de antibióticos e eventos adversos relacionados a dificuldades de monitoramento de doenças “silenciosas”, como colesterol, hipertensão e diabetes.
Além disso, o uso indiscriminado de medicamentos pode produzir reações alérgicas, dependência e até morte. Cabe ao enfermeiro e a profissionais da área da saúde o acompanhamento do paciente, seja ele no hospital, postos de saúde e no próprio domicilio do paciente, no intuito de promover não só a saúde do idoso como tambem de toda a população.
RESENHA
Automedicação por idosos
Os idosos já representam cerca de 8% de nossa população. A tendência é que em um futuro próximo, o número de idosos seja equivalente ao de jovens. A automedicação é um grave problema, ainda mais quando referida a idosos.
A ingestão de remedios sem consulta médica acaba sendo uma verdade em nosso país,ela
se define pelo uso indiscriminado de remédios, sem a prescrição de um profissional da saúde.
Geralmente, a medicação é indicada por algum amigo ou familiar, que tenha se dado bem com ela,ou, ainda, a própria pessoa que toma a iniciativa de testar um remédio para o alívio rápido de algum desconforto.
Existem alguns perigos ocultos por trás da decisão de se automedicar. É possível que o paciente desenvolva alguma resistência à substância, como no caso de antibióticos ou anti-inflamatórios. Isso significa que na próxima vez que for necessário fazer o uso da mesma medicação, o remédio poderá não fazer o efeito esperado.Para se ter uma ideia, existem remédios que chegam a piorar os sintomas, fazendo com que a pessoa precise de alguma intervenção para controlar os efeitos indesejados. Além disso, existe a possibilidade de a substância camuflar alguma doença séria, como no caso da ingestão de antitérmicos, uma febre, por exemplo, é, muitas vezes, sinal de infecção no organismo. Por isso, coibir os seus sintomas pode impedir a pessoa de notar algum problema mais sério.
A falta de conhecimento sobre os efeitos colaterais e os riscos do uso inadequado de medicações, facilidade de compra e o fácil acesso de informações através de meios de comunicação. Em razão da prevalência de doenças crônicas nos idosos, esta fase da vida caracteriza a porção da população mais medicalizada. Com o consumo de mais do que um fármaco os efeitos adversos podem ocorrer com maior frequência nos idosos.
A aquisição de medicamentos pela grande maioria da população é dificultada pelas condições
socioeconômicas, sendo, portanto, esse acesso limitado e desigual, penalizando as pessoas de baixa
renda. Os idosos usuários do SUS, menos privilegiados quanto à renda e escolaridade, são mais
vulneráveis aos riscos da automedicação e requerem atenção especial dos profissionais de saúde
com orientação adequada .
Diante de tais fatores, a automedicação é um problema de saúde pública, sendo necessária a conscientização dos profissionais da área da saúde para otimizar o uso racional de medicamentos na população idosa, evitando reações indesejadas e complicações relacionadas às interações medicamentosas. Devido a falta de informação, os idosos são os que mais sofrem com tal fator, a época em que nasceram entra em contraste com os dias atuais, e em comparação com há alguns tempos atrás, a assistência a saúde se tornou bem mais acessivel. Mas mesmo assim, para evitar toda a "burocracia", pessoas escolhem a automedicação como principal interventivo, o que pode ocasionar diversos problemas de saúde, que acabam sendo atenuados pela terceira idade. Sendo assim, cabe ao enfermeiro e agentes da saúde o dever da visita domiciliar, no intuito de educar e conscientizar, não só idosos, mas todas as pessoas integrantes da residência, com o intuíto de amenizar problemas relacionados ao uso indevido de medicamentos.